HAVERÁ DIREITOS?
Haverá Direitos?
Tem mais de meio século em idade,
A declaração do Direito Universal,
Mas está velha, não tem autoridade,
E pouco se respeita da ideia original.
O homem continua a ser perseguido,
Condenado, morto ou torturado,
E a ONU pouco o tem defendido,
Pois o direito todos os dias é violado.
Há funcionários da ONU bem instalados,
Á grande um pouco por todo o Mundo,
Numa missão inútil e sem resultados,
Que enterra a paz ainda mais fundo.
Se a ONU foi criada para acautelar,
A paz e o bem estar das nações,
Porquê apenas serve para esbanjar,
No luxo e em vão nossos milhões?
Onde estão os direitos humanos,
Que alguns tanto proclamam,
Mas que após cinquenta anos,
Ainda violam e tramam?
Onde está, de ser livre o direito,
Que têm os que são subjugados,
E que o vêem como sonho desfeito,
Por aqueles que escolheram, confiados.
Onde está o direito ao emprego,
Que muitos se cansam de buscar,
Enquanto outros com apego,
Podem dois ou três acumular?
Então e o direito á alimentação,
Que muitos países dizem apoiar,
Se é cada vez maior sua inacção,
E o numero dos que vivem a esmolar?
A saúde de todo o homem é um direito,
Que os governantes deviam garantir,
Mas eles alheiam-se de tal preceito,
E não se preocupam em o cumprir.
Onde estão os direitos do homem,
Se há homens que de tudo são privados,
E há animais que do melhor comem,
A viver no luxo e bem tratados?
Os direitos humanos são esquecidos,
Quando se dá dinheiro aos milhões,
A amigos ou afilhados favorecidos,
E a outros por esmola se dão tostões?
Os direitos estão presentes no discurso,
Dos políticos candidatos a dirigentes,
Mas na pratica sua acção tem outro curso,
E comportam-se de maneiras bem diferentes.
É agradável ouvir muito governantes,
Dizerem-se com o direito solidários,
Mas triste ver como são pedantes,
E fazem do que dizem o contrario.
Onde está o direito de viver em paz,
Que se promete a todo o momento,
Se falta humildade e coragem capaz,
De á promessa dar cumprimento?
O mundo parece estar em convulsão,
E só pensa em reforçar os arsenais,
Todos querem ser grandes e ter razão,
Espezinhando os direitos dos demais.