É COMO SE...
Eu aqui, monótono e previsível...
Sentado numa poltrona quente. Acotovelando os joelhos e abafando
Suspiros com as próprias mãos...
Sinto que estou quase pronto...
Papel na mesa e a caneta à mão;
Mas, há um incômodo estúpido!
Tão estúpido que é tal qual o absurdo do simplório marcando posição...
É, ao mesmo tempo, estranho e incrível!
É como a luz da rua adentrando a porta em frestas.
É como se tivesse olhos; Se me observasse...
Como se, francamente, esperasse algo de mim.
Como se nós devêssemos...
Como se algo houvesse de vir...
Outro suspiro e volto ao nada!
Se, ao menos, eu criasse algo...
Ou se, ao menos, eu lhe escrevesse:
"Fica..."