O Sexo do Piolho

Ele fez carreira

Em minha nuca

Dei um tapa certeiro

E ele caiu em meu colo

Tentei saber se macho

Ou se era fêmea como eu.

Mordi, alisei, bati

Condenei...

Ele negava morrer.

Meu pai gritava

"Para com isso menina"

E minha vontade crescia.

Peguei uma cadeira

Deitei ele no chão

E o matei no liquidificador.

Era madrugada

E eu já tinha sono

A tevê ligada não calava

A sanidade da verdade.

Eu não quero saúde

Quero a incerteza da vida

Fingir que é tudo cor.

Ergui a cadeira, abri o liquidificador

Ele ainda vivia.

Peguei o piolho

Devolvi ao meu escalpo

Afinal, braveza é comigo mesmo!

Diária Mente Louca
Enviado por Diária Mente Louca em 03/01/2011
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2707037
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