Aprender a gostar do que se faz

Não, nem sempre gostamos do que fazemos. Muitos de nós crescemos com a concepção que mundo deve sempre caber nas nossas ilusões.

Quando éramos crianças, dizíamos: "quero ser aeromoça ou quero ser atriz ou quero ser Presidente do País." Nem sempre isso acontece...

Com o tempo, alguns de nós nos desapontamos com a realidade dos fatos. Mas, o que nos faz mais felizes que outros, talvez seja a capacidade inerente ou não de lidar com as nossas fragilidades, verdades, vulnerabilidades, e, ainda assim, seguir em frente e sermos felizes.

Nesse contexto, muitos de nós enfrentamos os mais diversos problemas, mas, o que nos diferencia é forma como encaramos.

Devemos os "monstros" do dia-a-dia nos engolir, de forma a nos adoeçer e nos deixar eternamente infelizes e insatisfeitos ? Ou enfrentá-los como desafios que nos fazem crescer como pessoas e nos conscientizarmos do nosso real valor ?

Sim, o mundo para muitos de nós, e pode ser até mesmo assim, é muito injusto, mas, acredito que ao encararmos injustiças, não quer dizer que devemos reproduzir por reproduzir injustiças, somente com o intuito de machucar, de transgredir, de retaliar, de nos vingar, entre outros.

Sim, a paciência, muitas vezes, tem hora e lugar, mas, vale a pena agir com violência gratuita ? Alguém gratuitamente machucar ?

Antes de praticarmos qualquer tipo de agressão, pergunte-mo-nos se realmente o problema está conosco; e o mais importante e o que nos impulsiona a esses e outros atos: se realmente o que fazemos no nosso cotidiano faz sentido para gente; se gostamos do que fazemos.

Sim, muitos têm sorte de se encontrarem no fazem, mas são raros os casos. Acredito que muitas pessoas que exercem algum tipo de ofício, profissão, por alguma razão, ainda não se integraram completamente ao que fazem, e, por isso, são infelizes, tristes, e reproduzem tais sentimentos de forma negativa não somente para si mas para os seus semelhantes.

Quando isso acontece, é importante fazer uma profunda análise interna e questionar as verdadeiras motivações que o fizerem exercer tal ofício, os verdadeiros sonhos e o que se pode fazer para certas circunstâncias nocivas reverter.

Penso eu que muitos de nós estamos passando por uma profunda mudança, transformação; algo que no presente está sendo reestruturado para dizer adeus o passado e ao um fututo mais promissor dizer alô.

Mas, essa mudança requer consciência da própria identidade em um mundo e cada vez mais permeado por relações superficiais, pelo excesso de velocidade nas relações interpessoais e nos negócios e onde tecnologia e o consumismo exarcerbado é que ditam as regras.

Nesse contexto, a tolerância e paciência para consigo mesmo é de extrema importância nesse processo, muitas vezes, dolorido e solitário.

Assim, se você ainda não descobriu o que ainda lhe motiva, o que realmente faz sentido na sua vida, pare, reflita, e que nem seja por um tempo, faça um balanço na sua vida: o que gosta, o que não gosta, o que faz sentido lutar, o que vale a pena mudar e o que vale a pena deixar como está.

E se ainda não descobriu sentido no que atualmente faz, pensa o que pode fazer no seu interior para mudar e,consequentemente, ter mais prazer e motivação no que faz. Há sempre alguma lição a ser aprendida em qualquer caso.

Entrentanto, se não tiver, descobra em si não somente um dom, mas vários; desenvolva-os; recicle-se em vários assuntos. Quem sabe, assim, descubra prazer não somente nos seus outros dons, mas naquilo que atualmente faz e, quem sabe, Deus por algum motivo lhe incumbiu de fazer, com responsabilidade, com seriedade, e, claro, com alegria e motivação.