O VENTRE DA PALAVRA

Beleza é pura imaterialidade... É o etéreo que toma forma em quase todos os sentidos e que propiciará a estranheza do receptor frente ao novo. E ocorre essa sensação de alumbramento – de estesia – que nos bafeja num inesperado sopro. Antíteses se tocam e se beijam na materialidade poética. É a humana dialética numa síntese amorosa. Transcria-se os desejos insatisfeitos que povoam o cérebro condenado ao pensar. É o desafio da percepção dos fatos, a reflexão e o mergulho dentro de si, o cadinho que poderá produzir poética com Poesia... Poética não é assunto pra quem nasceu alçado no mundo, incapaz de gerar no ventre da Palavra.

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/2703175