Sobre o Amor e o Corpo
Desculpe se sou um
quebrador de sonhos.
Se fechei seus olhos por tanto tempo e agora os abro para o pesadelo. Nem tudo que queima é sol e o amor é pura alma em chamas, habitando um corpo de cada vez, queimando-nos com sua essência sagrada.
Cada caminho iluminado pelo amor.
Andávamos vendados - encontramos um abismo - e, não mais que de repente, tudo é luz, mas também tudo é frio, como lâmpada artificial, meio-sol no Pólo Norte, meia noite em nossa alma.
Desculpe que sou um criador de sonhos,
e se estes não passam de sonhos.
Mas, olhe estas peças separadas do quebra-cabeça, cada uma com seu significado. Junte-as, formou-se outra imagem, mas cada peça está ali, cada essência criada, cada propósito. Mudou a forma, assim como o amor muda de corpo. Mudou a mensagem, assim como o amor muda de voz. Mas, amor é amor e, tendo ele, nada faltará.
Desligue a luz fluorescente. Deixe que a essência sagrada de nossos corpos tropicalize nossos Pólos. Nossa carne torna-se a areia desta praia, nossa carne vaza por entre nossos dedos.
Você não pode perder o que nunca existiu, mas também não pode matar aquilo que te faz ser você.
Núcleo - essência - a imagem no final do quebra-cabeça.
... Amor.
E quando este faltar, meu corpo será gélida poeira, perdida num caminho sem luz. Posso ser amor sem corpo. Ma,s o corpo sem amor é luz artificial. Desligue-me então, meus sonhos serão quebrados.
Pois não terei mais alma.