Máscaras
Crianças , vestindo mortalhas
Brincando de matar , sem armas
Brincando de morrer , sem vida
Acreditando no que dizem , um dia há de melhorar
Mendigos , que pedem por costume
Não comem , isso gera um vício
De não ter nunca , e nunca ter fim
Acreditando no que dizem , prioridade minha
Chuva , mostra da graça de Deus (Em essência)
Traz medo e barro , árvores , corpos sem vida
Foi tudo mal-projetado , confuso
Acreditamos no que dizem , até porque não há o que fazer
Não temos casas , a comida é muita , mas poucos ainda tem mãos
E falta água , dá pra se acreditar nisso ?
Alguém ajuda de cá , mas logo ali outros tantos roubam descaradamente
E nessa balança , favorável à tristeza ...
À miséria ...
O peso todo cai sobre quem já sofreu muito
Temos mais uma chance , está chegando
Mandaram pintar minha calçada , e asfaltar a minha rua
Chega a doer , é muita hipocrisia
Mas vamos lá , sem nos vendermos
E sem alienação
Sacar os mascarados
Se continuarmos olhando sempre para o nosso próprio nariz
Permaneceremos à errar , vesgos , pedindo sofrimento .
Daniel Sena Pires - Máscaras (12/08/2010)