Esvaecendo as memórias platônicas

Como um pássaro que se perde na imensidão das divindades céu e terra, tudo se esvaece, desaparece de forma franca e lenta; enquanto agoniza no seu ato de desaparecer, enforca a esperança e aniquila toda e qualquer forma de continuar existindo. Entretanto, enquanto ocorre, um alívio súbito vem, fazendo esquecer as dores, mágoas e desesperanças. A figura tanto almejada acaba por cair num esquecimento; suas feições somem e sua voz já não mais ecoa, e então seu sorriso não padece mais em ternura. Esquece que uma vez existiu, junto com toda intensidade que está trouxe. Branco, nada, vazio, sentimento inóspito de presença. Eis então o ato de Esquecer, dádiva dada àqueles que querem seguir em frente

Leo Zapparoli
Enviado por Leo Zapparoli em 26/12/2010
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