Valor do silêncio
O acertado desabafo está no silêncio
Ele é o eco do bom senso.
Excessos de sons articulados
Cegam até lembranças da luz
Uma palavra que seja
Dita sem cabimento
Transforma tudo em arrependimento
E não mais seduz.
O peso do eu e seu risco
Agravado pelo que foi dito.
Atrevidas palavras desacertadas
Derramando inconveniências
Agravando o último grau da paciência.
Eis o que vale o dizer sem pensar
Desmorona sabedoria milenar.
Não existe silêncio aprendido
Apenas atos transformados em fatos
Latejando na consciência
Desenhando na face nova aparência.
Só hoje quero o gosto total da solidão
Se assim for preciso
Pra entender de vez o saber calar
Soltar as inconsciências da insensatez
Dando a ética a sua vez.
Diante dos apelos inconsistentes
Da urgência que soa aos ouvidos
Fechar as portas
Ao que não vale a pena ser ouvido.
Sem contestações equivocadas
Ou discursos contraditórios
Quero apenas a calma latente da sensatez
Dizendo que já chegou a hora
De dar as palavras a sua demora
Pra que elas possam vir em boa hora.