Valor do silêncio

O acertado desabafo está no silêncio

Ele é o eco do bom senso.

Excessos de sons articulados

Cegam até lembranças da luz

Uma palavra que seja

Dita sem cabimento

Transforma tudo em arrependimento

E não mais seduz.

O peso do eu e seu risco

Agravado pelo que foi dito.

Atrevidas palavras desacertadas

Derramando inconveniências

Agravando o último grau da paciência.

Eis o que vale o dizer sem pensar

Desmorona sabedoria milenar.

Não existe silêncio aprendido

Apenas atos transformados em fatos

Latejando na consciência

Desenhando na face nova aparência.

Só hoje quero o gosto total da solidão

Se assim for preciso

Pra entender de vez o saber calar

Soltar as inconsciências da insensatez

Dando a ética a sua vez.

Diante dos apelos inconsistentes

Da urgência que soa aos ouvidos

Fechar as portas

Ao que não vale a pena ser ouvido.

Sem contestações equivocadas

Ou discursos contraditórios

Quero apenas a calma latente da sensatez

Dizendo que já chegou a hora

De dar as palavras a sua demora

Pra que elas possam vir em boa hora.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 23/12/2010
Código do texto: T2687435
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