A escrita pura dos poetas, esses iluminados!
Se estas triste, não fomente, não estimule o crescimento desse monstro chamado tristeza, para que não venha a influenciar mentes mais sugestionáveis, susceptíveis. Cala, sufoca-o dentro de ti, até o mesmo fenecer. Se pensamentos lascivos acossarem teu espírito, cala-os, sufoca-os, também, dentro de ti, para que os mesmos também feneçam. Mentes pouco afeitas ao equilíbrio estarão à espreita. Não alimente-as, deixe-as na inanição dos frívolos prazeres. Elas, enfastiadas, buscarão a luz. Escreva, tão somente, quando tiveres algo de álacre, porém não a parvoíce alegre dos estouvados, mas a alegria genuína e pura dos iluminados. Escreva quando tiveres a alma sã, sem a enfermidade do delírio e da insensatez, da tristeza e do desânimo. Só assim será profícuo, útil a ti mesmo e a quem vier ler teus escritos. A poesia serve aos anjos e ela ilumina mesmo as trevas mais espessas. Mas porque os poetas escrevem? Eles escrevem para reterem as imagens que fogem céleres com as asas da fugacidade e se eles não estreitarem as mesmas junto ao seus espíritos elas neles perpassarão e lépidas, em sua fagueirice, debandarão para as paragens do esquecimento e em sua traquinice teimarão em não voltarem a acarinhar e embevecer seus momentos. Alentados e almejados momentos.
Um poeta deve trabalhar como um mensageiro dos anjos, um arauto da paz e do equilíbrio.