Manchas de reticências

Minha alma está cinza. Minha aura está cinza. O tempo púrpura está acinzentando, e nenhum sinal de nuvem cinza para limpar o monte de poeira modorrenta que se acumula sobre meus tictaques. Saudade fica do cheiro, saudade em badaladas das migalhas de carinho que me foram retiradas. As cinzas se vão ao vento, e ele se recusa a trazes novos sibilos. Fica o silêncio mórbido e mortífero, torturando aos sussurros. Fica a melancolia, silenciada aos murros. Mas meus punhos não tem força própria para se levantarem há séculos. O ar me foi retirado. E a máscara da musa se esfarelou. Viu areia, e virou-se para eu não ver uma quimera. Não quero voltar ao que eu era. O caos tomou conta, não obtendo nenhum sucesso em se organizar está desistindo e tornando a situação caótica. Não há criação, não há renovação, está até se forçando a acreditar que a única luz é um reflexo lunar na lâmina da ceifadora. E que o único desejo que pode fazer é que a dita cuja carregue sua alma de pluma. Não há mais espaço pra audiência, não há mais de quê sentir saudade. Não há mais crença em deidade. Mas é pura ironia depressiva, não é por maldade. Culpa de um irmã que atrai muitas polaridades. E as absorve. E cria uma complexa rede de elos-amizades e interruptores, amores, senhores, senhoras, senhoritas, ladys, nobres, criaturas, magias. O livro antigo e desgastado de magia tem três manchas em pontos: água salgada de lágrima, líquido sagrado de sangue, poeira ancestral de esquecimento. Reticências.