SOBREVIVÊNCIA
Quando se passa uma vida inteira de sobrevivência, tendemos a achar e até mesmo crer, ser uma honra sobreviver e que somos afortunados por tal façanha. Mas depois de se ter vivido nem que por um breve espaço de tempo, aquilo que considerávamos o ápice da nossa existência já não nos basta mais, pelo simples fato de havermos vivido.
O problema é encontrarmos outra vez algo que nos faça viver, quando o legado de toda a nossa vida, salvo aquele breve momento, nos garante apenas a sobrevivência. Talvez teria sido mais fácil não ter vivido. Porque nesse caso não é sobreviver mas, haver vivido, o maior castigo.
Não estou mal ou bem, sobrevivo...
Queria viver, outra vez.
"Eu quero derrubar as paredes,
Que me seguram por dentro,
Eu quero alcançar
e tocar na chama,
Onde as ruas não têm nome...
Eu quero sentir a luz do sol no meu rosto,
Eu vejo a nuvem de poeira
desaparecer sem deixar pista,
Eu quero me abrigar,
Da chuva ácida...
A cidade está inundada, e nosso amor se enferruja,
Nós fomos malhados e assoprados pelo vento,
Esmagados em poeira,
Eu te mostrarei um lugar,
Acima das planícies desérticas,
Onde as ruas não têm nome.
Nós ainda estamos construindo e queimando amor,
Queimando amor,
E quando eu vou lá, onde as ruas não tem nome,
Eu vou com você.
É tudo o que eu posso fazer...
Oh, when I go there
I go there with you
It's all I can do..."
(U2)