A paciência
A paciência é um estado de equilíbrio emocional tal que nada negativo, provindo do exterior, é suficientemente forte para abalar esse equilíbrio. É um saber, uma consciência superna, superior, transcendente, de que se está em paz consigo mesmo, de que não precisamos lutar contra o mundo para impormos nosso ponto de vista, pois estamos seguros dele, ele nos basta, responde, a contento, nossas indagações e aplaca nossos anseios. É não se perturbar com as críticas alheias. É estar-se seguro de que se faz o melhor, de que de ti transluz o que tens de melhor. Agir sempre de acordo com os ditames de tua consciência, sempre em prol da justiça, da probidade, da retidão. A paciência advém disso. De um estado superior de espírito. Não admoestes tanto o vosso espírito quando errares, para que esse, condoído de si mesmo, não venha ensimesmar-se nas trevas do desespero. Conserves a serenidade, que é um atributo da paciência, construindo com teus erros o baluarte para o teu espírito, que te protegerá contra a tentação de cometeres, doravante, erros semelhantes, pois já sabes a conseqüência que deles advêm, pela própria experiência. A paciência é a perseverança tranqüila, extirpando, pouco a pouco, os vícios e defeitos da alma, sem se exasperar, sem se exaltar ou ficar demasiadamente preocupado por não ser perfeito em um aspecto, mas ter a calma para, paulatinamente, ir burilando, ir se depurando, ir se aperfeiçoando.