A Longa estrada da espera
A estrada da longa espera, caminhos intermináveis, a se perderem de vista... Nessa estrada caminham os ditos desiludidos, que confundo com os esperançosos. Alguns esperam uma migalha de paixão correspondida, outros dinheiro simples e fácil, alguns aguardam que o mundo melhore, - alguns tem justa razão, outros nem tanto.
Nessa mesma estrada existem diversos caminhos, várias rotas. Algumas pessoas param, e ficam na tentativa de escolherem qual caminhão irão seguir; às vezes isso causa um certo congestionamento, já que alguns ficam atrás dessas pessoas indecisas, o que atrasa sua própria vida, ou caminho, chamem como quiserem.
Alguns ficam no acostamento da longa espera, esses já pensam em desistir, pois acham inútil esperar algo que sabem que nunca vão ter. Digo que são reais e corajosos, pois alguns deles sabem que estão fazendo o certo, mirando outros rumos. Não todos, alguns fracos e não persistentes aguardam sentados. Tolos!
Ainda nessa estrada existem buracos, precipícios, e acostamentos com risco de desabamento. Armadilhas para os mais desavisados! Armadilhas que trancam esperanças e matam sonhos, que enterram paixões. Confesso em dizer que algumas fazem certo, mas digo que a maioria delas fazem mal! Portanto, cuidado!
Adianto agora nosso caminho para vislumbrarmos o final dessa estrada, e nela estão todas as suas escolhas. Por ser uma “estrada de espera”, cada um tem seu próprio tempo para chegar ao seu final. Alguns persistentes encontram no seu final o que tanto lutaram, já outros, não encontram nada além de tempo perdido e lágrimas derramadas. Àqueles que quiseram seguir por muitos caminhos diferentes ao mesmo tempo, apresento-lhes a solidão. Aos sem esperança e esforça, mostro-lhes o nada.
Nossas ações certamente representam o destino. Destino se constrói, mesmo sem saber. Saber “quando desistir” e “quando persistir” são coisas extremamente difíceis, pois seus sentidos não podem ser contemplados pelos nossos, pois ignoramos muitas vezes aquilo que não queremos ver.
Por mais que estes escritos guardem ensinamentos já repassados milhares de vezes pelos grandes sábios, escrevo-lhes de forma diferente. Além de reciclar estas idéias, crio várias e várias cópias, e ponho-me de pé na porta da “longa estrada da espera”, logo cedo, sempre que um novo viajante passa por lá. A maioria deles ignora meus avisos, transcritos nesse panfleto, e só voltam a me procurar quando chegam ao final dessa caminhada. Na entrada costumam me chamar de “voz da consciência”, ou algo do tipo, e na saída, os que falharam na sua buscam me chamam de “arrependimento”.
Hey Você ai, se caminha por essa estrada, pretende me chamar de que?