“Medo”

Temo que passem por mim os tempos

Dos quais não tenho domínio, que

Caiam da minha cabeça os meus

Cabelos, da minha boca os dentes,

Da minha memória a importância

Dos ensinamentos de uma vida, que

Partam para longe os meus entes, e

Meus amigos, que chegue a escuridão

Dos meus olhos, e já não possa mais

Contemplar a luz dos dias e das velas

Que adornam a farta mesa do jantar.

O meu medo é de tudo isso, e da solidão

Que assombram os meus pensamentos

Inconscientes, afasto-me do horror das

Guerras, das espadas afiadas, das palavras

Mal ditas, se hoje abraço, beijo e caminho

De mãos dadas, e por tal zelo, pois tenho

Que isso me afastem os fantasmas do medo,

Os meus indesejados medos.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 07/12/2010
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