“Esperança”
Só não perdi a aliança do dedo, esta
Me trás lembranças, lembranças de um
Tempo fértil cultivada pela esperança.
Esperanças que pairavam nas asas dos
Bons e desejados ventos! Ventos que
Açoitam com veemência os resultados
Tangíveis pela esperança. Se perdesse
Eu a lotação, logo viria outra não tão
Lotada. Se perdesse um amor, logo o
Coração entregava-se a outro amor, se
Perdesse a direção, a outra certa encontraria.
Por isso ainda não pedi a aliança, nela,
Guardo a mais doce esperança, a de retornar
De tão longa partida aquela quem em meu
Dedo a colocou.