Ilústre Sr. Dr. Megalomaníaco.

Surge novamente, não?

Pareceu que eu ficaria sem a tua presença, dada a realidade em que me esforço para me encaixar, o conformismo habitual que tento junto de mim também conciliar. Sonhos não morrem, simplesmente adormecem dentro da gente. Neuras e tu, infame megalomaníaco rapáz, vem tristonho e enfadonho dar asas à falecida ilusão sagás.

És zumbi, andas todo torto, mulambento e perdido afundo e adentro.

Agarra-me com tamanha força, às vezes assim de supetão, sem escapatória. Doença sutíl e traiçoeira... não encontrei antídoto para ti.

A alegria e felicidade bucólicas, naturais e inerentes à estrutura do ser, furtam-se do improbo coração inseguro dum garoto criado no meio urbano. Jornal Nacional, Datena, folhetinho diário de como vai a política municipal...

Pressionado, recalcado. Há de ser grande. Há de mudar o mundo. As doenças venéreas da África, os impunes graças à anistia de Nuremberg. Há de brilhar - não é Narciso. Transformar realidade social e individual de cada qual, lhe permeia. Como se feliz eu não fosse, caso eu não realizasse isso...

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 07/12/2010
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