UNS E OUTROS
O comportamento dos intelectuais em relação ao proletariado, tomando para si mesmos as dores destes últimos e sendo os porta-vozes de suas reivindicações sociais, é antes de tudo uma atitude paternalista e afastada dos reais anseios da classe trabalhadora. Os intelectuais, por mais que se esforcem, nunca conseguirão se colocar na pele dos oprimidos para poder assim sentir as suas necessidades.
É necessário que surjam lideranças dos próprios trabalhadores para levaram adiante os seus compromissos de luta e não pequenos burgueses a fazerem isso por eles.
Mas, por outro lado, a classe proletária tem se mostrado alienada e/ou comprometida com os interesses patronais. Isto se deve, principalmente, à política que vem sendo adotada no sentido de levá-los à acomodação e à resignação.
Assim sendo, à falta de lideranças autênticas, os trabalhadores têm se valido do voluntarismo da classe média para levantar a sua própria bandeira de revolta e inconformismo.
No entanto, é necessário frisar que só haverá autenticidade e conseqüentemente credibilidade junto às bases, quando os próprios trabalhadores se conscientizarem e partirem juntos para a construção da sociedade igualitária que pretendem.