Acho

Acho que perdi...

A noção, do certo, do errado, se entro ou saio, da complexa relatividade de ser humano,

E a simplicidade paradoxal de viver sem fronteiras,

Acho que encontrei...

A certeza de valorizar o errado, a incerteza de acertar, embora tantas vezes me confunda,

O mal sempre foi meu bem maior, assim como todo bem que eu um dia fiz, é uma pequena porção caída do céu,

Acho que deixei morrer...

A beleza fria de minha infância, desnorteada e forjada por meus pais,

Em cada quadro mal pintado, do que era feio, eu retirei o calor de ser criança,

Acho que... Amor,

Quando conheci e quando deixei de viver?

Talvez quando eu tenha convivido com alguém, quando duas partes se fundem para melhor andar, a soma de um mais um para tentar chegar a um e meio, e dividir despesas numa matemática inexata, numa realização surreal de que vale apena continuar, se fechando para a vida, abraçando o vegetar de uma vida a dois, quando na verdade tudo que se quer e deseja e ter é o suficiente para se realizar.

Então, acho que estou sem palavras...

Mas certo de que meu silencio é mais gritante e fala por si só...

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 02/12/2010
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