Acho
Acho que perdi...
A noção, do certo, do errado, se entro ou saio, da complexa relatividade de ser humano,
E a simplicidade paradoxal de viver sem fronteiras,
Acho que encontrei...
A certeza de valorizar o errado, a incerteza de acertar, embora tantas vezes me confunda,
O mal sempre foi meu bem maior, assim como todo bem que eu um dia fiz, é uma pequena porção caída do céu,
Acho que deixei morrer...
A beleza fria de minha infância, desnorteada e forjada por meus pais,
Em cada quadro mal pintado, do que era feio, eu retirei o calor de ser criança,
Acho que... Amor,
Quando conheci e quando deixei de viver?
Talvez quando eu tenha convivido com alguém, quando duas partes se fundem para melhor andar, a soma de um mais um para tentar chegar a um e meio, e dividir despesas numa matemática inexata, numa realização surreal de que vale apena continuar, se fechando para a vida, abraçando o vegetar de uma vida a dois, quando na verdade tudo que se quer e deseja e ter é o suficiente para se realizar.
Então, acho que estou sem palavras...
Mas certo de que meu silencio é mais gritante e fala por si só...