ANGÚSTIAS
Ah,
maldita angústia litorânea que me apanha todas as tardes.
E lembro das felicidades,
e lembro dela,
delas,
dos meus pecados quando em tempo de ¨puros¨ pecados.
Maldita angústia poética...
e passo a escrever demais,
a pensar demais, a amar demais,
pra desamar em tudo,
pra que tudo se desfaça nas bordas
dessa maldita angústia das estradas.
Sigo a estrada rumo ao meu destino.
Desatino.
Faço versos.
Fumo como um velho diabo...
Ah, maldita a hora em que as horas passaram a me dominar a vida.
Sim,
exatamente assim:
as horas castigam,
eu envelheço,
e as angústias acabam por fazer ninhos no meu nicho ameaçado !