O Jogo do sabe Deus quanto.

Recebi um convite para o jogo dos sete. Sete o quê? -perguntei. Dai me explicaram, sete daquilo, sete daquilo outro, mais sete disso e mais um pouco, mas só em grupos de sete, claro, senão era oito, nove e vai saber onde essa brincadeira iria parar. E o meu problema todo foi justamente esse, não saber parar no sete. Quando via, já estava no nove, no dez e sabe-se lá onde eu ia. Recomecei o processo, mudando a tática. Lá pelo 5 ou 6, eu já começava a puxar o freio de mão, pois brecando bem antes, talvez eu conseguisse parar a tempo. Que nada, foi a maior lambança. Descobri que não consigo dirigir numa estrada assim, só com sete quilómetros. Confesso que tive vontade de dar a partida, mas ficou nisso. Sete defeitos, por exemplo, quem dera, tenho mais que isso. Amigos aqui do site? São mais, também. Mas o que mais me pegou foi escolher sete coisas que eu gostaria de fazer, antes de morrer. Nesse caso, cheguei a pensar num novo jogo, do tipo “Jogo do sabe Deus quanto”, mas fiquei na minha, ia soar grandioso demais, coisa de pretensioso. Cheguei a pensar em fazer sete vezes a mesma coisa, antes de morrer. Foi dai, então, que a minha ficha caiu, só uma, não sete. Não só eu, mas todo mundo aqui do recanto, é grande demais para caber num sete. Percebi que muitos tentaram se encaixar nele, por simpatia, educação e boa vontade, mas sobraram tantos pés e cabeças de fora, que cheguei a lacrimejar por aqui, por ver tanta gente grande, em nome de outras do mesmo tamanho, tentarem se encaixar nos sete. Minha salva de palmas a elas, que não foram tão chatas como eu, dizendo essas coisas que trago aqui. Quanto a mim, perdão, não consegui e, sendo assim, de novo, conforme meu texto anterior, voltarei aos meus matos, que são muitos, sabe Deus quantos.

PS: Um grande abraço a quem me convidou.

Dassault Breguet
Enviado por Dassault Breguet em 30/11/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2645864