"Seja um pálio de luz desdobrado,Sob a larga amplidão destes céusEste canto rebel que o passadoVem remir dos mais torpes labéus.Seja um hino de glória que fale,De esperança de um novo porvir,Com visões de triunfos embaleQuem por ele lutando surgir.
- Nós nem cremos que escravos outrora,
- Tenha havido em tão nobre país
- Hoje o rubro lampejo da aurora,
- Acha irmãos, não tiranos hostis.
- Somos todos iguais, ao futuro
- Saberemos unidos levar,
- Nosso augusto estandarte, que puro,
- Brilha ovante, da Pátria no altar.
- Liberdade! Liberdade!
- Abre as asas sobre nós
- Das lutas, na tempestade
- Dá que ouçamos tua voz.
- Se é mister que de peitos valentes,
- Haja sangue em nosso pendão,
- Sangue vivo do herói Tiradentes,
- Batizou este audaz pavilhão.
- Mensageiro de paz, paz queremos,
- É de amor nossa força e poder
- Mas da guerra nos transes supremos,
- Heis de ver-nos lutar e vencer.
- Liberdade! Liberdade!
- Abre as asas sobre nós
- Das lutas, na tempestade
- Dá que ouçamos tua voz.
Do Ipiranga é preciso que o brado,Seja um grito soberbo de fé,O Brasil já surgiu libertado,Sobre as púrpuras régias de pé.Eia pois, brasileiros, avante!Verde louros colhamos louçãos,Seja o nosso país triunfante,Livre terra de livres irmãos!
- Liberdade! Liberdade!
- Abre as asas sobre nós
- Das lutas, na tempestade
- Dá que ouçamos tua voz."
letra de Medeiros e Albuquerque (1867 - 1934)
música de Leopoldo Miguez (1850 - 1902).
Publicada no DO de 21 de Janeiro de 1890)
fonte/wiki