O mundo externo sob o interno: conflito.

Linda a maneira como se levantou daquela cadeira, passo a passo e espalhando toda a magia pelos contornos do corredor apertado, o meu olho seguia cada forma distorcida de seus sapatos, cada toque, ágil, fácil que o vento estabelecia sobre seus cabelos, o seu perfume se encontrou com o meu e fizeram-se fragrâncias.

Bela, encantadora a forma como pronunciou aquelas palavras, tornando o ambiente mais leve, agitado pelo lado externo, intacto pelo lado interno, paralisação, confronto.

Você chegou devagar como se quisesse apenas pedir um favor, como se quisesse apenas estabelecer um contato provisório e a permanência se tornou constante, e as horas daquele relógio parado se tornou historia.

Você chegou e veio para me confrontar, para estabelecer um padrão com meus conflitos, permanecendo as duvidas, atormentando as poucas horas de sono que restavam naquele travesseiro, sonhos deixados por lá, algumas lagrimas também que sem querer foram se soltando, molhando o mundo externo porque o mundo interno, lá mesmo dentro do coração a água já tinha tomado conta.

Essa mesma água que parece estar curando as feridas, água benta?

Essa mesma água que parece estar alimentando a dor, amenizando a queda.

Você chegou e encontrou minha alma, conversaram a noite toda, mas não foi o suficiente, parece que não chegou no ponto mágico, aquele mesmo ponto deixado na sala, com aquela mesma palavra, o som da sua voz.

O dia hoje se fez eterno.

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 26/11/2010
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T2638834
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