Minha casa

Ainda que seja pouco é meu, finalmente o reconhecimento deste argumento sem valor referente ao mais belo presente de todos, fruto de uma gloria pacífica, de merecimento extraordinário, este que supera qualquer tipo de beleza. As coisas belas hoje em dia se rebaixaram, hoje há quem possa pagar pelo magnífico como tem gente igual a mim, suando frio sem ter uma moeda no bolso, mas que ainda sim procura cavar nem que seja um buraquinho para colocar uma semente e ter sombra no final da tarde.

Novamente, orgulhosa, estava aqui eu. Olhando atentamente cada tijolinho que era posto sobre o cimento e a parede ficava cada vez maior assim como qualquer plano referente aquilo que eu tivesse. O telhado ainda não havia sido colocado, mas eu já me sentia segura. A terra era vermelha, encardia meus pés, disfarçando qualquer erro ou pecado que eu cometesse, não importava as aparências, pelo menos por enquanto, mas tarde, mudaria de idéia, quando fosse capaz de me defender, coisa que não deveria fazer, senão estaria me igualando a muitos, ainda sim, se não fizer, estaria sendo egoísta, pois pertenço a esse grupo, tenho mais é que me orgulhar de existir do que me lamentar por não ter conseguido o que não merecia ter por vezes não agir com o esforço solicitado. Eu já não sei como ser, então por isso ajo tão inexplicavelmente procurando algum sentido que me torne pelo menos o principio de algo. Esta é uma das poucas opiniões que mudo, as demais, parecem essa casa mal construída, tomam chuva, passam por ventanias, encaram o sol insuportável, se desgastam mas continuam firme e forte defendendo, aquele que a defende. Quando tiver pronto, me sentirei muito feliz ali.

Do primeiro, agora já tem muitos, já paguei, agora espero, confio na minha recompensa, pois tenho fé que ela vira. Alguns feitos já me fazem ter certeza disso.

Não é das minhas mãos que a casinha é construída é daquele honrados homens que aparecem vestindo estas roupas que um dia já usaram para passear, sapatos gastos, sujam-se, ainda são vistas algumas cicatrizes, cansados, mas não rendidos, completamente entregues ao dever e há tudo que os tornam digno de maravilhas. Quando os vejo na rua, não parecem como estão. Eles vão ao cinema e se divertem com a família em qualquer lugar, são homens, “ex crianças” que prodiguem do suor, nestes sim vejo a beleza, diferente daqueles que ocupam cargos importantes na política e estão sempre bem vestidos, esta é uma das razões, para eu querer parecer mais com um pedreiro do que com qualquer dona de mansão. Estas se divertem pisando nos outros, eu prefiro me divertir feito paredes, defendendo-os.

Passam horas, dias, semanas, e ai esta minha casa, até que é colocada a porta, são pintadas as paredes, é acentuado o piso, têm janelas, portão, tudo, uma pequena casa para uma gigantesca imaginação, nada ficara apertado, pois coisas que tenho não são matérias, são feitos e sentimentos alucinantes, incompreensíveis. Desnecessários que haja qualquer conclusão. Aqui na mesa tem um pote de bolacha, um seja bem vindo, quem quiser pode vir me visitar, por favor, traga bom humor, estou a fim de dar muitas risadas do que me lamentar nesta altura do campeonato, depois de tanto esperar, vou dormir sobre a noite e acordar nos cochichos do dia, vou guardar aventuras nessa parede e me lembrar dos que me ajudaram, para que um dia, eu me inspire neles do que em qualquer outro para qualquer coisa que exija tudo de mim.

Tatiane Sbrugnara

Taty Sbrugnara
Enviado por Taty Sbrugnara em 25/11/2010
Código do texto: T2636000
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