Ler um livro sob a sombra de uma árvore.
E lá eu tendo uma conversa íntima com meus botões de rosas, discutia sobre a importância dos livros. Observadora e avessa a modismos/padrões/imposições e tals, estava eu comigo mesma conversando e cheguei a conclusão que livros não servem pra nada nos dias de hoje. São inimigos da maioria dos jovens, que lógico preferem a internet e quem não prefere?! É tão mais fácil ficar nos cliques e navegar pra lá e pra cá, enfartar-se de tanta informação. Embasbacar-se de jogos e filmes, leituras que nem sequência tem, afinal de contas nem temos tanto tempo assim, 24 horas já foi tempo suficiente pra se fazer as coisas hoje em dia não, se um dia tiver 36 horas é pouco. Até outro dia vi uma propaganda idiota dizendo que o banco funciona 36 horas, em que país? Neste não, aqui em minha cidade ‘funciona’ umas 4 horas e olhe lá, sendo que 90% destas horas são ‘ganhas’ com dor nas pernas e nas costas por ficar de pé, e o estresse não conta, vimos de casa com ele, dizem os especialistas em nada. Enfim, sobre os livros...que por sinal tem um monte aqui em casa e ninguém lê, será que eu vim de outro planeta? Hum, não sei, é difícil pensar em vir de outro planeta, a maioria fica em fantasia ridícula com aliens e monstros disformes, vindos sei lá de onde, acho que da imaginação de cada um, sendo que vida tem em todo lugar, e mesmo aqui neste planeta nem sabemos a quantidade que ainda existe. Engraçado quando ‘exploradores’ encontram novas espécies, novos ‘mundos’, num mundo em constante transformação. Com rapidez e nem tanta eficiência, o tempo é senão um algoz nosso, não?! Prisioneiros, somos de nossos compromissos, nossas contas, nossos relacionamentos, conquistas impossíveis e sonhos massacrados por nossa ganância. Mas não, estou querendo falar dos livros, afinal de contas porque eu disse acima que ele é o inimigo da maioria dos jovens de hoje? Não o eram antes do que já foram jovens e hoje são idosos, ou á caminho de o ser, como eu também serei ou já sou, sei lá vai saber. O livro é no hoje uma chatice, pois como sempre nos força á pensar, e pensar nos estimula a agir, e agindo nós transformamos e por assim em diante...mas como podemos esquecer que somos seres que se movimentam, pensam, agem e interagem? Hoje em dia ficam arranjando um monte de adjetivos pra qualificar o ser humano sendo que ele continua sendo o mesmo desde a sua criação, a única mudança que ocorreu foi que ele perdeu a noção de lidar com o tempo. Hoje em dia se deixa escravizar por ele. Constrói impérios com a rapidez com que seus descendentes o destroem, enfim é realmente este o futuro que queremos e vamos seguir cegamente? O livro ou o tempo são nossos reais inimigos? Ou seremos nós mesmos na construção, elaboração e edificação de nossos sonhos sob um futuro sem base nos sentimentos que lá na tenra idade já percebíamos quando tínhamos tempo: pro afago da mamãe, o sorriso da vovó, o colo do vovô, os braços fortes do papai, a disputa saudável entre irmãos, as brincadeiras com os amigos, enfim um tempo tão próximo de nós e tão distantes do que somos hoje. Já nascemos em berços verticais, amparados pela tela fria de televisores e computadores a deseducar o cidadão, com facilidades que criam mais e mais dificuldades do ser humano se encontrar; e principalmente, de se entender ou de se ler, escrevendo sua estória em fumaça e deixando esvoaçar pela janela do tempo o que o tempo cobra. Porém, ele nada cobra de nós senão o aprendizado que deveria desacelerar e voltar a dias (que ainda sei irão voltar) em que abrir um livro e sentar-se a sombra de uma árvore é realmente fazer as pazes com nosso inimigo interior.