"A Fé II"
"...E quando deixo de ter fé, Sou o outro apenas isso
Deixo de ser quem eu sou, sou comum, não me existo...
E a cada porta que se fecha, qualquer esperança falece
E quando deixo de ter fé, da sacada vejo ao longe:
Um amanhã que nasce fim, que se enterra no interior
De cada eu dentro de mim, que já deixou de sonhar.
E quando deixo de ter fé, vejo pessoas sem sombra
Caminharem sobre o claro, de uma noite que anestesia...
Vagando sem se queimar, sob um sol de meio-dia.
E quando eu deixo de ter fé, só minh’alma feminina,
Me recorda a cor da rosa, seu perfume generoso...
Me devolve o amor perdido, dentro de mim esquecido.
E o amor que dela herdei, da minh’alma feminina,
Escrevo nas entrelinhas, repouso-as na escrivaninha,
Quão pobre um humano pode ser! Tão insano, o egoismo ter!
E quando deixares de ter fé, irá se encher de escuridão vazia:
Alvorecer vira sonho distante, Duvidarás da lua, do dia!
O alimento de seus medos: vida, luz e energia!
E uma pedra se torna historia, a incerteza será seu guia,
E no meio da encruzilhada, decidir que verdade sustenta?
Se a fé alimenta sua razão, ou a razão sua fé adoenta...
("A Fé II",by Caroline Fioravante/Carlos Ventura)