O Beijo de Pitágoras

Os matemáticos antigos sempre derivavam para a filosofia, mais cedo ou mais tarde, pois quase tudo é matemática, a começar pela própria natureza e a evolução, com a sua sobrevivência do mais apto, Teorema de Hardy-Weinberg, probabilidades genéticas, isolamento geográfico e seleção natural. Quando eu era mais jovem, cheio de romantismo, depois de ler Pitágoras e o seu pensamento geométrico, imaginei um beijo sendo dado em minha amada bem no seu estilo, como um ponto, que derivava numa linha (sequência de pontos), que se somavam numa superfície e fechavam um conteúdo. A todas essas formas geométricas, Pitágoras numerava em sequência, já que uma gera a outra. Sendo assim, o ponto é um, a reta dois, a superfície três e o volume quatro. Um ato ou circunstância qualquer que contivesse esses quatro elementos, seria algo divino, que somasse dez, com o um, o dois, o três e o quatro juntos, num só momento, como o beijo que imagino agora, tendo na sua boca o meu ponto, nos seus lábios minhas retas e, no seu corpo, a superfície que, embalando o seu volume, faria todo sentido para mim.

Dassault Breguet
Enviado por Dassault Breguet em 23/11/2010
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