Ela voltou
Deitado sobre a mesa do escritório, no meio de um despedimento, tento não pensar em nada, fecho á chave meus pensamentos, troco as fechaduras da minha alma, e do nada sinto vontade de comer num restaurante bahiano. A senhora vestida de branco assando umas espécies de pães chama minha atenção. O cheiro vindo de lá, entra por minhas narinas novas como se estivesse tentando me transportar para outro local. Como ficam belas aquelas senhoras negras vestidas com roupa branca: saias grandes, voz suave, pele fina... eeee, e nada; minha dor de cabeça voltou, como se ela estivesse programada. Á medida que se abrem brechas nos meus pensamentos, a dor volta, volta, e volta a roer-me por dentro. Há dias que sinto um corroer vergonhoso na minha alma. E nada posso fazer...