Perdida
Estou num lugar entre o céu e o inferno, cercada de anjos e demonios por todos os lados. Agora, já com os joelhos torturados pela fé, me sinto como uma pagã, rezando para qualquer um que me leve aos céus, uma vez que todos os caminhos que já percorri me levaram invarialvelmente à perdição.
Estou num lugar entre os pecados capitais e os mandamentos divinos, presa entre a conciencia e o desejo. Agora já com a mente martirizada, me sinto perdida, rezando para exista algum guia para a salvação, uma vez que estou a namorar o penhasco do descredo.
A verdade é me perdi entre os concelhos, nas variantes do mesmo fato, na tênue linha entre o certo e o inapropriado. Fui seduzida pelo novo, pelo inesperado e agora luto para encontrar a razão nos eventos.
Agora, nessa estrada que nunca estive antes, procuro pela face escondida da verdade, pela interpretação menos pior dos fatos, na tentativa vã de fazer da vida um lugar com as doses certas de veneno, malicia, honestidade e fé.
Busco o guia em todos os momentos: quando estiver sozinha, quando estiver alta, quando estiver errada e principalmente quando tentar atingir o céu. Busco paz e uma criatura com qualidades mistas de anjos e demonios, entre a divindade e a perdição. Busco apenas um ser humano que complete meus vazios e que esteja disposto a enfrentar o caminho ao meu lado.