Aquela Mulher

Aquela Mulher

Aquela mulher indescritível, de uma beleza sem precedentes, é uma constante na mente imaginativa daqueles que são amantes da beleza (como eu).

Na década de 70 havia na TV a mulher do Padilha, nunca vista, mas sempre exaltada por Jô Soares com loucas inflexões de cobiça.

Rubem Braga escreveu certa vez sobre a primeira mulher do Nunes, segundo quem a conheceu, um fenômeno em se tratando de formas, mas ele mesmo, o Ruben, nunca a avistou, nem de longe.

Eu mesmo já escrevi sobre aparições deslumbrantes, manifestações lúdicas de belezas extra-terrestres, obviamente nunca vivenciadas, só imaginadas. Aquela mulher é um eterno e gostoso mistério.

Mas agora me deparo nas revistas com imagens da Gisele Bundchen e fico em dúvida. Será ela? Será que agora o mistério acabou? Ela - aquela mulher - finalmente tomou formas?

Mas, não. Quando nos deparamos com uma mulher realmente bonita, deslumbrante, sem economia de perfeições, assim como a Gisele, concluímos que ela é muito menos bonita do que a idéia que fazemos de mulher bonita.

Aquela mulher é o que vem depois, muito depois, até da Gisele.