Duas faces
Aprender a conhecer os dois lados, as duas faces das coisas
Foi-nos dado o dia e a noite. A saúde e a doença, o amor e o ódio, a delicadeza e a agressividade. A guerra e a paz, a luz e a escuridão, a alegria e a tristeza, o bem e o mal, a força e a fraqueza.
Nem sempre entendemos que os dois se completam e mesmo sabendo-o, muitas são as vezes que o esquecemos.
Se nosso olhar for rígido e inflexível, não perceberemos que tudo tem dois lados e que os opostos se complementam, sendo focos de uma mesma energia.
Se nos prendermos somente às aparências, muito da vida passará sem ser notado.
A vida é cheia de polaridades. Só damos valor à saúde, quando estamos doentes; valorizamos muito o que não podemos ter, em lugar de valorizarmos aquilo que possuímos.
Lembro-me de um conto que, de um modo interessante, leva a refletir sobre a dualidade dos fatos:
"Conta-se que numa pequena cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o bobo ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas - uma grande de 400 réis e outra menor, de dois mil réis.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
"Eu sei" - respondeu o não tão tolo assim - "ela vale cinco vezes menos, mas no dia em que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda."
Pergunta: Quem eram os verdadeiros tolos da história?
Sendo assim, é precipitado fazer julgamentos ou conclusões, sem um conhecimento mais profundo dos fatos e das histórias pessoais. A verdade tem muitas faces e o que parece ser negativo, certamente também nos trará algo de positivo para aprender a viver melhor.
Façamos de cada dia, um dia melhor.
Ana Flor do Lácio (10/11/2010)