Pelo simples toque da lembrança
O vento soprava lânguido balançando lentamente os galhos da enorme castanheira. Suas grandes folhas, mescladas de verde e vermelho, dançavam freneticamente ao sabor do vento. Ao longe o burburinho dos transeuntes era quase inaudível. Seguiam entre falas e risos em passos ritmados. A grande janela de vidro tornara-se cúmplice da minha quietude. Recostada no alpendre nem conseguia acompanhar a velocidade dos meus próprios pensamentos... Quiçá alguém pode ter notado meus lábios se entreabrirem num sorriso de cantinho e, o riso desvanecendo-se antes que a boca tomasse sua forma natural. Apalpei-a com as pontas dos dedos... Meus olhos se fecharam vagarosamente... Pelo simples toque da lembrança...
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