Se fôssemos apenas cérebro
Aqui neste pedaço de chão, vale a lei do mais forte. É a natureza. Sobrevive quem se adapta melhor ao sistema; e que sistema não produz as suas vítimas? Com relação a meu estado moral, respondo que pecado é aquilo que causa dor, sobretudo a terceiros. Apenas me arrerpendo dos atos que pratiquei, quando estes cauasaram sofrimento psicólogico, pois sofrimento fisico nunca fui capaz de infligir a ninguém. Tenho um amigo que defende uma tese interesante, tudo vale a pena quando se tem espirito livre, capaz de tirar proveito de toda sorte de experiência, ele acredita que até aquelas ações que não são politicamente corretas, podem nos propocionar uma experiência relevante, como por exemplo se praticamos algo que vai de encontro às covenções, se nos expomos publicamente de modo errado para a maioria, segundo ele mesmo este tipo de conduta produz em nós efeitos positivos. Mas este meu amigo não pode ser levado a sério, neste ponto de vista. Para mim é reacionário que usa seu bioma moral como laboratório para extravagantes teses. Embora eu não seja um ser comum, ainda assim sou bastante conservador, em alguns campos da moral humana, não creio que sejamos este bicho subterrâneo, à maneira como nos apresentam alguns filosofos materialistas. Se fôssemos apenas cérebro, como defende Saramago, poderíamos viver mais felizes, sem estes conflitos psicologicos e espirituais, que tanto nos fazem sofrer. Mas o homem, a meu ver é um bicho assustado, dorme pensando no amanhã, a morte ronda sua razão, a percepção de um fim incorrigível produz uma esperança vaga de um futuro eterno, a continuação do gozo. Eu sou um ser extremamente cético quanto ao bem no homem, acho que cada um age pelo instinto, buscando de forma premeditada se dar bem, levar vantangem sobre os outros, sejam estes fortes o fracos, até os vermes têm seu plano para se apoderar da susgeira dos seus iguais.