Deixando o passado, me tornei uma outra pessoa. Experimente. voce também.

Ha muito tempo não via um dia tão bonito e limpo.

As pessoas estavam tão calmas e a cidade parecia vazia. Os pássaros como sempre alegres me indicavam que aquele seria um dos mais belos dias da semana. O sol como sempre claro e limpo, se esticava ao horizonte como levado pela preguiça, seus raios calmos tocavam minha pele como se quisessem apenas passar o calor e a claridade de um grande amigo. Somente as nuvens me diziam que não teria chuva. Affs... isso era de menos, tinha já chovido muito dias passados.

Caminho pelas estradas curvas de um parque e como de surpresa me senti estimulado a escrever sobre mim, sobre meu caminho. Me sentei a beira do lago, escutando Nx0, caneta na mão e meu pequeno diário. Na verdade, já fazia tempo que não escrevia nada.

As pessoas no parque, continuavam a correr, as crianças brincando com as borboletas,e alguns idosos curtindo o belo dia que estava apenas começando.

Experimento daquela solidão profunda que sempre me acompanhou. Todos os problemas do mundo continuam lá – vírus catastróficos, violência, crises, corrupção, fome, miséria. Mas tudo parece muito, muito distante daqui.

É hora de escrever aquilo que há meses precisa ser escrito… Mas não tinha sido ainda, por falta de coragem. Talvez porque algumas coisas precisem ter um tempo para serem escritas na alma. No papel ou na tela, pessoas como eu só deixam cair aquilo que já foi definitivamente gravado no coração.

Penso em mim... como mudei. Tudo começou naquele dia em que te conheci. Parecia tão justo o que ia dar certo. Voce que começou a preencher os vazios em mim, e me fazia voltar a ser o que nunca pensei que seria. Os sonhos voltaram a reinar dentro de mim e as antigas vontades voltavam á tona. Voce me parecia irreal. Buscava dentro de mim, aquilo que pensava não ter mais, restos de dias vividos intensamente, e que na verdade estavam já gravados em mim, porém ocultos nas entranhas de meus pensamentos e coração.

Como foi bom. Preenchia-mos os espaços um do outro, no beijo, na alegria, nos momentos, no cotidiano, nos sentimentos... em tudo. É claro que eu sempre vivi, isso já era minha força, mas não nego que nunca que compartilhá-la com alguém como ela, seria algo realmente especial, algo que me deixava acomodado e feliz, algo que me dava a impressão que as coisas estavam sendo exatamente como deviam ser. Algo que me dava paz...

Viviamos como em contos de fadas. Nunca pensei que seria tão rápido esses momentos de alegria, nunca pensei que a vida poderia me tirar alguém que eu estava amando muito.

Logo que ela se foi, percebi que nunca voltaria. Voltei então a ficar só. Os espaços voltaram a ficar vazios como sempre foram,e e me deixar triste como sempre fui antes dela chegar.

Então, a dor tomou conta desses lugares escuros e sombrios. Ela passou a ser uma amiga íntima, e muito presente por sinal. Aos poucos os lugares por ela preenchidos ficaram frios e congelados, lugares onde pensei que ninguém poderia jamais entrar. De uma certa forma, comecei a gostas desse nova pessoas, na verdade a dor começou também a fazer parte de mim. Saía-mos juntos, brincava-mos juntos. Comecei a me acostumar, eu a chamava ela vinha estava sempre por perto.

Na verdade me fechei de novo para o mundo e não conseguia ver além mais do que meu próprio umbigo, a mim mesmo. Meus amigos me davam as caras e me dizia que deveria mudar de novo e ser quem sempre fui antes. Na verdade não me fazia medo estar só. Nunca tive medo disso.

A dor era a única coisa que parecia capaz de ocupar os espaços vazios deixado pelo amor que acabara de terminar.

Quando me abria um pouco e que consegui falar com meus amigos, eles me dizia que seria assim mesmo que eu sentiria muita dificuldade e sofrimento e que tudo melhoraria, bastava que eu esperasse, que tivesse força e paciência. Na verdade o tempo era o único que me ajudaria nisso.

Eu não acreditava muito. Sabia que o tempo não passava de míseros dias que não chegavam nunca, e depois a dor era minha amiga.

Mas ninguém, nem uma única pessoa me disse que, para que a vida voltasse ao seu lugar, para que eu pudesse ser eu de novo, eu precisaria tomar a decisão de mandar a dor ir embora, eu precisava deixá-la… Que esse nosso namoro precisaria acabar, e que seria eu a terminá-lo. Ninguém me disse que eu precisaria tirar a dor de minha vida com minhas próprias mãos. Pedacinho por pedacinho dela.

Não conseguia fazer nada.

Apenas podia ver de um lado meus amigo e a vida que me convidava nas palavras dos meus amigos, nos desafios profissionais, em meus dias, em Deus, nos olhares das moças que me diziam que ainda era um rapaz desejável e único, de outro lado a dor que preenchia e me fazia cada vez mais infeliz, sem que eu percebesse.

Depois, algo aconteceu, não sei bem dizer o que foi, e nem quando foi. Só sei que aconteceu. A dor sumiu. Na verdade voltei a viver. Olhei minha vida passada e como não poderia refaze-la tive que começar uma totalmente nova e diferente de tudo. Uma vida com novas sementes totalmente diferentes do velho tronco de árvore. Enquanto mais a vida se renovava mais ficava feliz e moderna. Comecei a fazer parte de novo desse mundo.

Foi a partir desse dia em que decidi deixar a dor e os acontecimentos para trás tudo mudou.

Mesmo agora o vazio voltou, mas é um vazio diferente, um vazio que me deixa esperanças que seja ainda preenchido por alguém muito especial. Na verdade antes eu tinha medo de deixar a dor partir e ficar de novo com a saudade que o amor tinha deixado.

Ao longe via que uma faísca me dava boas vindas, no fundo sabia que era o sorriso do amor que vinha ao meu encontro. Sei que devo esperar o tempo passar, que um dia ela vai voltar novamente.

Ficou agora um vazio que pede amor, que pede paixão que pede alegria, um amor que pede vida.

De repente acordo desse flahs voltado ao tempo. O tempo correu depressa. Vendo o céu tão azul, a vida tão convidativa, e a esperança tão acesa ao meu lado… Eu não resisti. Meus olhos molharam de novo. Mas dessa vez, de alegria. Meu namoro com a dor terminou. Eu sou uma nova pessoa.

Me levanto com força e garra, parece que voltar ao tempo me fez ser novo após uma grande queda.

Ainda estou no parque, olhando os patos que vagam pelo lago em busca de peixinhos e bichinhos para saciar a fome.

As crianças pareciam insaciáveis, corriam sempre e com largos sorrisos estampado no rosto.

Percebi que a vida me sorria novamente.

Os idosos sentados no mesmo posto, acho que relembrando os tempos antigos quando ainda jovens corriam insaciáveis como crianças pelos ruas e avenidas.

Nossa como estava feliz naquele dia, como tudo mudou. Me deu vontade de gritar e correr... a felicidade reinou em mim com muito mais força.

Disse a mim mesmo....Agora sou forte...

E foi então que me dei conta… A primavera nem começou ainda.

Geová Ceriani
Enviado por Geová Ceriani em 03/11/2010
Reeditado em 29/01/2012
Código do texto: T2594337
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