Pensamentos Fragmentados Instilados Por Inanição, Depressão e Ressaca Física e Moral
A gente, vira e mexe, nos últimos tempos, entornando a garrafa goela abaixo, comenta: "taí uma coisa que eu nunca imaginei que fôssemos fazer: beber. E ainda gostar disso". É realmente estranho, por que sempre desprezamos a birita e o circo sem lona que ela costuma proporcionar. É nessa que me vem à cabeça a frase "a ocasião faz o ladrão". Entre uma garrafinha e outra eu fiquei pensando na agradabilidade que a cerveja tem me proporcionado. Após alguns bons goles, ela faz com que as pessoas desapareçam - assim como o Velho Buk comentou em algum lugar. Esse fator, pra mim, é bem relevante e crucial durante os goles, pois não sou muito bom em lidar com pessoas. Elas me dão pânico e me chateiam. Percebi, também, que pra fazer sexo ela prolonga um pouco a feliz/infeliz hora de gozar. Um retardo de ejaculação numa transa que pode ser a única com aquela pessoa que apareceu do nada pode beneficiar ambos os copulantes (?). Percebi, também, pra minha infelicidade, que o marasmo após alguns goles favorece a minha escrita. Eu me desligo do mundo e começo a conversar com as palavrinhas e elas fluem, fluem e fluem. E, quando nada dá certo durante as talagadas, logo a moleza bate e o sono é garantido. Além de tais prazeres e auspícios da cerveja serem relativamente pouco onerosos. Pensar assim me preocupa um pouco, na verdade.
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Estava conversando com uma amiga, que chamo de Rainha dos Emoticons, sobre sexo. De que como seria bom voltar à ter a virgindade e a plena ignorância do quão bom é fazer sexo. Porque quando não se tem como fazer, é horrível, insuportável. Até se acostumar com o celibato, seja ele voluntário ou não. Como foi um diálogo entre homem e mulher, claro que as peculiaridades do sexo e a mentalidade/visão sobre o mesmo viriam a divergir. Porque é mais ou menos assim: se a mulher resolve fazer só para saciar suas vontades, vira puta, biscate, vagabunda. Em contrapartida, se o homem faz o mesmo, recebe os louros. Fica bem falado entre os amigos, a fofoquinha vai rolando e caindo no ouvido de outras mulheres e acaba favorecendo-o - isso, no caso, se ele for bom de pica. E, no entanto, é óbvio que para a mulher é bem mais fácil angariar homens afim de uma transa. Para os homens, é bem mais complicado. Ora, que macho que se preze vai negar um pedido de uma mulher que quer chupá-lo, sentar nele e cavalgar, ser chupada e gozar que nem louca? O homem não vai negar! A menos que a mulher seja a sósia do Ronaldinho Gaúcho, tenha lodo no meio das pernas, etc. Mas mesmo assim, o Orgulho Masculino o conduzirá para debaixo dos lençóis da grotesca dama, pois ele está condicionado a ser submisso ao racho que ela tem no meio das pernas. É estranho, pois se o papel fosse invertido, todos seriam beneficiados. Não é!? É tudo uma piada.
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Agora um ponto crucial que cerceia essa minha geração que não vai casar. Todo mundo quer namorar. E todo mundo não quer namorar. Tudo ao mesmo tempo. E esse tudo ao mesmo tempo prevalece, pelo que vejo, em quem não namora. Percebi, também, que só se descobre que uma pessoa que se tem convívio namora quando ela está a reclamar de seu par. É. Nunca chegam na segunda-feira e falam como o final de semana foi maravilhoso, como ele/ela falou tal coisa bonitinha, que tentaram uma posição nova. Não. Fala que ele/ela implicou com aquele fulano/fulana que mandou recado no orkut e que ele/ela armou um barraco na fila do cinema porque fulano/fulana estava com olhares suspeitos pra cima dele/dela. Eu e mais um monte de amigos/amigas solteiros/solteiras ficamos em cima do muro olhando o quero-ou-não-quero namorar desfilando logo abaixo. É penoso quando chega a sexta-feira à noite nada se tem pra fazer. Você trabalhou e estudou feito um condenado e tudo o que lhe resta é uma happy hour nada happy e a cama de solteiro com o lençól do Mario Bros te esperando. Vazia. Não tem lá ninguém pra você contar como foi o dia, pra falar coisas bacanas, discutir um pouco, fazer/ganhar massagem, pra brigar na escolha do sabor da pizza que se vai pedir. E quando o solteiro vai chorar a pitanga com o amigo que namora, ele - o amigo - responde: "ué, mas e a/o fulana/fulano?". Mas o fulano já é outro fulano. Troca-se de fulano como troca-se de meia. É um paradoxo maldito: há solidão na poligamia. Poucos inspiram a vontade de andar pra frente de mãos dadas com os anos passando ao lado. E quando esses poucos surgem invariavelmente não pensam da mesma forma. E assim vai. Círculo vicioso de querer e não querer, de poder e não querer, de querer e não poder.
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Bom, sei lá. Esse final de semana, como o outro, foi uma merda. Nada parece valer o esforço que se faz e nada compensa o esforço que é feito e nada compensa o esforço que será feito. Não reparem nas merdas que eu escrevi, não, pois são 18:13h e a última coisa que comi foram uns pastéis na casa do @Sheep666DKM há 19 horas atrás. Não consigo pensar e ser coerente nem de barriga cheia, imagina caindo de fome!?
The Toasters - I Love You, Yes I Do