Lua
Então encare como se não fosse pra sempre. Como se cada dor tivesse um motivo, e caso não o tenha encontrado ainda, também há um motivo pra isso. Encare como eu também encaro, compreendendo o meu medo de te machucar com minhas despedidas mal feitas. Me guarde, assim como eu te mantenho.
Não chora, flor. Não fica assim. Você me emprestou a sua falta, mas não me deu um fim. As lágrimas me mostraram, por acaso, um novo começo onde, dentre tantas outras coisas, eu me reencontrei, e você sempre esteve dentro de mim.
Comecei a ser meu próprio autor, e a me envolver comigo mesmo como se eu fosse meu próprio personagem. Me apaixono pelas minhas histórias, e fico triste quando preciso apagar algum borrão mal feito.
E os meus recomeços viraram meus finais felizes. Eles sempre te citaram, sempre encontrei em você um bom motivo pra descançar o lápis e olhar pela janela a lua lá fora. Sempre me lembro de você, sempre falando do luar e de como ele encantava as pessoas. Rindo de como a inspiração fazia os corações perderem o medo de bater forte, e de como eu parecia bobo por fazer algumas loucuras.
É que eu sempre fui movido por isso, pelo luar. Sempre foi mais forte do que eu, e sempre me deu força. Intenso. É como sou. Nunca soube muito bem como controlar isso, sempre termino roubando uma rosa e tentando fazer com que os romances virem vida real, pra que eu possa entender um pouco mais da minha própria realidade.
Sentir sua lágrima faz minha mão secar seu rosto, mas sinto a falta que ele me faz agora. A lua sempre me mandou partir atrás de você, sempre me fez lembrar o tempo quem que bastavam os olhares, e já vinham os sorrisos.
-Acho que as loucuras que fiz foram as certas.
E hoje a lua tá linda.