O mapa

Eu quero um mapa do verdadeiro tesouro. Aquele tesouro que, quando

descoberto, nos dá felicidade eterna, sem cessar, que

nunca conhece interferência ou pausa em seu processo

continuo e infinito de me fazer feliz.

Processo esse que encontrarei nesse tesouro miraculoso, que

eu sei por intuição existir.

Só me resta achar o mapa, a seta que indique a localização dele,

a inteligência de entede-lo e a coragem de começar a jornada

da busca e a maneira como fazê-la com eficácia, e a capacidade de não falhar e não me perder e não errar o caminho.

Imagino o momento em que verei o xis que marca o chão sob o qual o

baú está enterrado com o tesouro precioso.

Certamente cavarei com todas as forças e puxarei lá de dentro

o baú e abrindo-o contemplarei o que há em seu interior:

a felicidade eterna. Daí em diante, nunca mais terei dor,

frio, fome, tristeza, desespero, solidão, saudade, ansiosidade,

tédio, raiva, angústia, decepção, descontentamente, injustiça,

depressão, enfermidade. Mas terei, pra sempre, eternamente,

interminavelmente, incessantemente, invariávelmente, ininterruptamente felicidade. Toda a felicidade que não acompanha a perspectiva de infinidade, é sofrimento, por causa da perspectiva mesma de um dia acabar. Mas o tesouro que vou encontrar é verdadeiro. Só me falta o mapa

Bandeirante do Universo
Enviado por Bandeirante do Universo em 29/10/2010
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T2586130