O mapa
Eu quero um mapa do verdadeiro tesouro. Aquele tesouro que, quando
descoberto, nos dá felicidade eterna, sem cessar, que
nunca conhece interferência ou pausa em seu processo
continuo e infinito de me fazer feliz.
Processo esse que encontrarei nesse tesouro miraculoso, que
eu sei por intuição existir.
Só me resta achar o mapa, a seta que indique a localização dele,
a inteligência de entede-lo e a coragem de começar a jornada
da busca e a maneira como fazê-la com eficácia, e a capacidade de não falhar e não me perder e não errar o caminho.
Imagino o momento em que verei o xis que marca o chão sob o qual o
baú está enterrado com o tesouro precioso.
Certamente cavarei com todas as forças e puxarei lá de dentro
o baú e abrindo-o contemplarei o que há em seu interior:
a felicidade eterna. Daí em diante, nunca mais terei dor,
frio, fome, tristeza, desespero, solidão, saudade, ansiosidade,
tédio, raiva, angústia, decepção, descontentamente, injustiça,
depressão, enfermidade. Mas terei, pra sempre, eternamente,
interminavelmente, incessantemente, invariávelmente, ininterruptamente felicidade. Toda a felicidade que não acompanha a perspectiva de infinidade, é sofrimento, por causa da perspectiva mesma de um dia acabar. Mas o tesouro que vou encontrar é verdadeiro. Só me falta o mapa