AVES DE RAPINA
De onde estamos,podemos observá-las
Planam suavemente entre as nuvens
Muitas vezes
Voam tão perto que imaginamos poder tocá-las
São tantas,tantas,que nem podemos contar
Bailam ao vento em ritmos suaves
Aves negras e sinistras
Mas fascinam com seus encantos de poderem
Ser livres e voarem
Ir até onde os pensamentos podem alcançar
Circulam sobre nossa cabeça
Parecem nos observar
Podemos até imaginar o que pensam
"Coitados são aqueles lá embaixo!"
Sofremos,porque sofrem
Quanto tempo ainda temos que esperar?
Predadoras sinistras
Aves de rapina
Aguardam o momento certo para nos devorar
Mortos vivos é o que somos
Quanto tempo iremos suportar
Aves negras e ninistras
Não adiantam nos esperar
Sentem fome?
Nós também sentimos
Não vale a pena esperar
Nós também estamos esperando
O que?
Não sabemos bem ao certo
Reconhecemos nossa inutilidade
Estamos em túmulos
Mas ainda não estamos mortos
Quem sabe ainda vivamos bastante?
Aves negras e sinistras
Talves não valha a pena tanta espera
Parece que temos um encontro marcado
Dormimos
E,quado acordamos
Aí estão vocês
Parecem não se cansarem de tanta espera
Em nosso íntimo
Acreditamos não lhes dar esse prazer
Não fosse a esperança
Certamente já teriamos nos entregue
Já teriam nos transformado em banquete
Nossas esperanças
Certamente não são a suas
Esperamos superar o que lhes parece insuperável
Aves negras e sinistras
Não adianta nos velar
Não vamos nos entregar
Aves negras e sinistras
Nossas lágrimas estão sendo de sangue
Mas delas jamais poderam provar
Em nossos porpos,jamais poderam tocar
Esse prazer não iremos lhes dar
Somos um lixo despresível para a humanidade
É o que dizem
Não há razão,na sua própria razão
Estamos todos perdidos
Somos consequência da podridão
Essa mesma podridão que também vai lhes alcançar
Porque a humanidade apodreceu e não percebeu
Tentam separar o porco da lavagém
Impossível...
Somos todos aves de rapina.
Waldir da Silva Costa
28.10.2010