Moro muito além da curva
Sou tão simples que me passo despercebido. A minha timidez jamais me deixaria ser atrevido, tampouco, ser cortês... Embora, tenha muito tempo de estrada padecido, quiçá, a padecer, e tendo tudo ainda a aprender, mas talvez, pode ser que esteja dobrando o “Cabo da Boa Esperança”. Para não dobrá-lo como “Cabo das Tormentas”. Com a Arca da Aliança a alimentar a Esperança qual já morreu, pois, era o nome da mulher do Eliseu, aquele do carro de fogo não, perto deste, aquele era anão à Golias o agigantado filisteu. Entendeu? Nem eu... Assim é a minha modesta vida marcada por curvas e encruzilhadas às vezes asfaltadas e outras, referta de poeira molhada, ao feitiço de tropel de cavalhada. Outro dia me aparece um filho de Deus a me aliviar, me dizendo: calma meu irmão deixe de tanto trabalhar rapaz, ou sexagenário ancião otário. Então; pensei: E aonde irá o meu pensamento parar? E nessa brisa leve ou com granizo longo ou breve, não lamento nem a minha falta de juízo e nem o meu próprio desfalecimento. Pode crer que no Dia do Juízo aceitarei o veredicto, dado por Deus, no grandioso e glorioso julgamento, ou por São Benedito, ou até por um Jumento Fatal. E não fremirei o meu grito, e, não moscarei ao que me for dito. Devo me cuidar apenas com esse moscar, qual é a tradução de verbo maldito, já que em preconceito jamais acredito. Moro no infinito do meu quintal, joeirado à eternidade, pois, olho ao céu e me vejo realmente ao léu, alheio à teia do astral. Quem sou eu afinal? Tão infinito e feio insulado mortal... Embora, você pensasse em bonito. Esse azul do firmamento é o incógnito véu velcrado e sacramentado ao meu paupérrimo entendimento e agito. E se velcrado não existir, já tá inventado, até porque foi assim que Camões fez, e agora é a minha vez. Acho que não existo... Bem por isso sou invisível a morar muito além da curva aonde a minha vista se turva genuflexa e tisnada ao reflexo do momento infinito em que o meu joelho prosternando se curva. Mesmo que o sino dobre eu continuarei olhando ao fim de um mundo nobre. “Êta mundão veio aberto sem porteira” cheio de cacofonia aspeada por inteiro. Ah... Um detalhe: não acentuei o verbete veio, haja vista que verbete não é verbo e não se acentua mais, tá... Até por que; veio é veio, e estamos conversados pelo resto do dia, embora, noite seja agora, e já esteja indo embora...
E, você... Hein... Faz da vida o quê?