O dilema do meu sono

O caos do tráfego ao longe me agrada, zumbe em meus ouvidos como música, como aquela sinfonia mal interpretada que eu ouvia quando criança, como se as notas cuspissem nos meus ouvidos e me chamassem para o sono. Gosto também da chuva, que cai escandalosamente, que bate na janela e pinga na goteira da sala, que faz aquela ‘zoadinha’ indescritível, e o cheiro? Ah, o cheiro de quando molha a terra e entra nas minhas narinas e junto com os trovões me soam como música, acaba me inebriando e me levando ao sono, o sono, afinal, para mim tudo sempre acaba em sono, Morfeu deve ter uma atenção especial para mim. Lembro-me como se fosse ontem, meus pais me levaram ao concerto quando criança, e ao som da orquestra; ignorei a platéia estática, ignorei o mundo em volta, ignorei o palco com os artistas em performance, e como bom moleque que fui, deixei o sono me pegar.

Kbecalouca
Enviado por Kbecalouca em 25/10/2010
Código do texto: T2578043
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