O paradoxo do imprevisível

Sinto-me encurralado entre muros fortes e altos que tentam me sucumbir, às vezes tento escalá-los para tomar um ar, mas as paredes são frias e escorregadias. Caio no chão, luto contra mim. E há de existir essa luta constante? Até que os dois eus se transformem em um só. Não espero que um assassine o outro. Ambos fazem parte mim. O bem e o mal, a dor e o alívio, o existir e o não existir. Sou o paradoxo do imprevisível. Me apaixonei por gestos, por faces, por pessoas. Consegui fazer loucuras maiores do que as do ontem. Me pus do lado de fora de mim para descobrir essa realidade. Para mim o belo é o feio ao mesmo tempo. Tudo se funde e o nada é o algo.