Paradoxo do Medo

PaRaDoXo Do MeDo.

Todos me dizem que tenho um futuro brilhante, mas é brilhante demais pra mim; tenho que dar um tempo.

Meu desejo e mania de ser um observador da vida estão me impedindo de ter a minha própria. Será que sou altruísta ou egocêntrico?

Os antropólogos acreditam que nós devemos mergulhar num mundo desconhecido para entender verdadeiramente o nosso próprio mundo.

Eu vivo jurando mentiras que me desmentem quando quebro barreiras, ultrapasso as marcas, esqueço as normas, ignoro as leis que também me ignoram, repudio os mesquinhos, rompo tratados, fujo dos clichês e contesto os mitos.

Eu vivo preso em minhas idéias e ideal, brigo por meus sonhos, questiono, desisto e depois brigo de novo.

Solto o ar ao final de cada dia e num desabafo, grito e me escondo.

Perdi os sentidos, as razões, só tenho emoções repetitivas que me destroem e me fortalecem ao mesmo tempo.

Questiono o tempo que às vezes odeio com toda minha alma e minhas forças que esse tempo está me levando.

A vida é tão perfeita com suas imperfeições, me trazendo aflições que tiram minha sanidade quando tento aprimorá-las com minhas incertezas.

Já não sei do que sei, eu só sei de mim e de mais nada, descobrindo que me desconheço sempre que me aproximo do que me causa medo.

A única coisa que me resta são as expectativas que sempre me fazem cair em contradição, me tornando assim, um paradoxo de mim mesmo diante da vida.

Ralfy Furtado
Enviado por Ralfy Furtado em 23/10/2010
Código do texto: T2574351
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