Meu jeito de amar
Minha face, sua face, nossa face, dia-a-dia, eu, vocês, você e eu.
Eles me querem por inteiro, mas não sabem
Eu tenho tentado me entregar, mas também não sei
As palavras entram rasgando peitos
Qual a reação do abandonado?
Não têm, não sabe, não reage
O corpo todo se contorce, é a dor
Mas ninguém sabe, ninguém vê
Só o corpo sente, tudo está muito quente
Os outros têm medo, mas julgam
Eles falam mesmo, de puta à caralho
É um dicionário sem fim, eu tenho pena
Eles não sabem o que dizem, ô Deus caia sobre esses corpos
Quero cada célula morta pelo seu fogo
Esse corpo tem andado sozinho
Já sabe o caminho, certo ou errado ele vai sim
São dias e noites inteiras, e todo dia é igual
Numa mesma repetição, num mesmo pulso, numa mesma ação
Dizem por ai muito de mim,
Mas não sou o centro das atenções, ok. "eu sei"
É o que todos dizem, que dó
Oh Deus eles não sabem o que dizer
Desejo cada célula morta pelo seu fogo.
Que dó, que pena,
É só meu jeito de amar.
Eles podem, mas não devem e sabem
Não serei o propositor de tal vingança do amor
Na cama ao pôr do sol espero que eles venham
Que pena
Dessa célula quero a vida inteira
O calor e a lágrima de tinta a escorrer
Quero o sangue de uma noite de amor
Quero a alma desses humanos sem pudor.
E cada dia eu sinto
O toque de cada pulsar está aqui
Todo dia eu vejo
E todo dia eles dizem, e fazem, e vivem.
Se existe uma luz,
Ela que se apague
Dessa vida, desses dias estou farta,
E para mim já basta,
Não quero ver cada face, quero que todos se ralem.
Prefiro face-a-face derretendo no meu sangue
Prefiro você meu bem,
Aqui, derramando em tintas
Trinta dias, mês-a-mês, di-a-dia.
Oh meus senhores, não se vão,
É só me jeito de amar