POVO SEM REAÇÃO

Vivendo entre monstros

Sem perspectivas

De uma não unida nação

Tanta terra

Tanta fome

Elite domina

Povo sem reação

A elite é o povo

O povo é a elite

De onde saíram tantos almofadinhas metidos à besta?

Saíram das entranhas do povo

Filhos do seu João

E de dona Maria

Que morava ali na esquina

Com espada afiada

Cortaram seus cordões umbilicais

Passaram para o lado de lá

Se esqueceram de que um dia foram do lado de cá

Seus soldados

Que também são filhos dos tantos "Joões" e donas

"Marias"

Agora são marionetes

Fuzis epunhados nas mãos

Executam ordens

Agora avançam em direção ao seu João e dona Maria

Que se encontram em uma manisfestação

Também contra os sem-terra

Também contra os filhos da mãe gentil

Que já não é tão gentil

Muita lágrima

Muita dor

Muito desamor

Poucos dominadores

Muitos traídores

Uma pequena parcela

Domina a esféra

Uma pitada de fermento

Absorve toda massa

Que sem consistência

O ser dominado

É omais provável

É ilógico

Diante dos olhos obscuros da ambição

Improvável

É fermento não abarcar da massa

Para que se multipliquem os pães.

Wldir da Silva Costa

20.10.2010

Waldir da Silva Costa
Enviado por Waldir da Silva Costa em 22/10/2010
Código do texto: T2571427