Vida/Amor perdido

Agora decidido em vão

Na densa noite adormecido

Terno, gasto, contido

Um leve despertar;

Ao seu redor, cristais e luzes

Abrindo caminho por entre as flores

Alcançando meus dedos, tão frios

E esquecidos, a se deixar...

Pois que afirmo, na sua presença

Da pele frágil, do doce toque

Hoje possui-me, mas não me tens

Neste corpo eis um ser estranho

Já inseguro, cansado

Numa luta que não tem sentido

Todas as palavras ditas, escritas

Soltas ao vento, pairam no ar

Vejo-as livre, dançando

Como invejo-te, liberdade

Presa a um coração abatido

No amor sombrio, nas asas oculto

Percorrendo o sangue, indevido

No luto da perda, iludido

Já abandonado, incompreendido

Abre os olhos, pedindo atenção

Sinto-me só, então...

Acredito na chance do novo

Do pulso firme, da força bruta

Gemido, suado, oprimido

Na imagem, um simples sorriso

Tão valioso, e querido, de novo

Seguindo-me, ao pernoitar...

bete online
Enviado por bete online em 20/10/2010
Reeditado em 28/12/2013
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