Eternamente criança
Eu pensava que ainda era a mesma criança de um tempo atrás, que com uma roupa de algodão barato, banhava na chuva, brincava de amarelinha, pulava corda, levava tombos, saltava em poças d'água, mergulhava na lama, escorregava no terraço molhado, apanhava borboletas, abrigava cachorros abandonados, fazia um amigo a cada dia, e a cada manhã passava metiolate nos arranhões dos dias passados e já não havia dor em ferida alguma...
Mas a verdade é que um dia cresci de repente suponho, e aquelas roupas e o comportamento já não me cabiam mais, até o metiolate percebi que já não era tão eficiente para essas feridas de agora. E às vezes creio que é bom crescer, já outras vezes cismo que em vez de adolescer, amadurecer e envelhecer é mais proveitoso e agradável ser três vezes criança.