Sardinha Fresca

E por essas ruas com infinitas casas

Eu paro e olho

Vou descendo a ladeira

Observando cada canto desta estreita rua que parece mais um beco

Até eu ver esse mundaréu de casas

Paro no ponto de ônibus

Vejo policias descendo

Gente subindo

E dois rapazes com um caixote de feira na mão gritando SARDINHA FRESCA

É, bem vindo a Bahia!!

Fazer um tour pelo subúrbio e ver a diversificada realidade

Problemas tão distantes que chegam alheio a nossos olhos quando menos imaginamos

Eu vejo tudo nessa cidade do Salvador

Vejo de tudo

E não vejo nada

Quem olhar acha

Quem fechar os olhos

Morre sem saber porque

O jogo de futebol acontece

Enquanto o som improvisado faz o show pra galera

Terra do pagode

Entro no ônibus

E olho da janela a vida de fulano. sicrano e beltrano

Todos correndo atrás da sobrevivência

Distintas realidades

Atravessando a rua

Quem sabe a vida muda de cor

Quem sabe

Depois de passar por diversos bairros chego ao meu destino

Tudo olho e vejo a movimentação da ladeira

Os botecos cheios

A água escorrendo na rua

E alguns sorrisos demonstrando que de alguma forma aqui se vive

É sempre estranho uma realidade que assusta

Mas é sempre normal ficar em casa e reclamar do tédio da vida enquanto não se faz nada

Para e aproveitar o que tem

Talvez seja essa a dávida de sempre olhar o o outro lado da rua

Ah Bahia

És tu que me ensina

És tu que dita o indizível pela boca

Só fala com os olhos.

(Jacquinha Nogueira)

Jacquinha Nogueira
Enviado por Jacquinha Nogueira em 18/10/2010
Reeditado em 03/12/2013
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