Sardinha Fresca
E por essas ruas com infinitas casas
Eu paro e olho
Vou descendo a ladeira
Observando cada canto desta estreita rua que parece mais um beco
Até eu ver esse mundaréu de casas
Paro no ponto de ônibus
Vejo policias descendo
Gente subindo
E dois rapazes com um caixote de feira na mão gritando SARDINHA FRESCA
É, bem vindo a Bahia!!
Fazer um tour pelo subúrbio e ver a diversificada realidade
Problemas tão distantes que chegam alheio a nossos olhos quando menos imaginamos
Eu vejo tudo nessa cidade do Salvador
Vejo de tudo
E não vejo nada
Quem olhar acha
Quem fechar os olhos
Morre sem saber porque
O jogo de futebol acontece
Enquanto o som improvisado faz o show pra galera
Terra do pagode
Entro no ônibus
E olho da janela a vida de fulano. sicrano e beltrano
Todos correndo atrás da sobrevivência
Distintas realidades
Atravessando a rua
Quem sabe a vida muda de cor
Quem sabe
Depois de passar por diversos bairros chego ao meu destino
Tudo olho e vejo a movimentação da ladeira
Os botecos cheios
A água escorrendo na rua
E alguns sorrisos demonstrando que de alguma forma aqui se vive
É sempre estranho uma realidade que assusta
Mas é sempre normal ficar em casa e reclamar do tédio da vida enquanto não se faz nada
Para e aproveitar o que tem
Talvez seja essa a dávida de sempre olhar o o outro lado da rua
Ah Bahia
És tu que me ensina
És tu que dita o indizível pela boca
Só fala com os olhos.
(Jacquinha Nogueira)