O tempo levou muitos pedaços de mim
Eis que agora a tinta da minha canete falha e as palavras me fogem escorrendo entre meus dedos.
Não sou mais a mesma.
Alimenta-se em mim um medo não sei do que, ou sei que é medo de mim mesma.
Falta-me o folego que eu tinha, e a paixão com que eu escrevia.
Há aço nos meus olhos e amargo em minhas palavras, e o tesão com que eu vivia, o tempo levou embora.
Um vento bate forte e enfraquecida por mim mesma padeço.
É. O tempo me robou de mim.
Ofuscada por mim mesma eu sigo tentando acender a luz que havia em mim.
Em vão tento.
Estou cega.
Estou fria.
Estou só!