Sofrimento perdido

Sofro a todo momento, em toda circunstância e a qualquer modo. As dúvidas permeiam o meu ser de uma forma tão incessante que, por vezes, isto me incapacita como um todo. O que devo fazer? O que devo pensar em fazer? Será que existe uma resposta simples na ânsia das minhas perguntas?

Não, claro que não, pois se as tivesse, a vida não seria tão difícil, ou fácil, de acordo com algumas pessoas, e não estaria sofrendo terríveis dúvidas quanto a mim mesmo, os meus desejos, os meus apegos, os meus sonhos. Será que sou uma pessoa triste ou alegre? Será que o meu coração palpita ou apenas bate? A minha alma continua una, ou é apenas um estilhaço de algo perdido?

Claro que estas não são tão somente minhas dúvidas. Claro que tudo o que eu sou não para por aqui, mesmo porque a vida é um ciclo infinito e nunca jamais para por ninguém neste mundo. Se você não consegue acompanha-la, o problema não é dela, mas sim de você, da minha pessoa, de todos nós que tentamos, mas não acompanhamos.

Triste de mim, triste daquilo que eu não consigo, ou teimo em tentar conseguir, mas o que se vem são apenas pratos vazios. Sinto-me numa diáspora de sentimentos, conjugados entre si e que nada o valem.

Eu gostaria de algo, uma consolação, uma decepção, uma inspiração, qualquer coisa que me faça seguir um caminho, diferente de tudo aquilo que eu já vinha inspirado antes. Será que isto, por ventura, poderia acontecer?

Daniel Chrono
Enviado por Daniel Chrono em 14/10/2010
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