Geração Perdida
Queria escrever algo que realmente mudasse o mundo, que tocasse o leitor no mais íntimo e profundo sentimento. Algo que conseguisse gerar transformações no interior de órgãos pulsantes tão limitados. Que fosse capaz de plantar nesse jardim interno, toda semente boa que a poesia oferece. Que eu pudesse levar, assim como um pássaro, essa sementinha colorida e despejar sobre esse jardim esquecido de ser regado. Esse jardim que está morrendo pouco a pouco, com as pestes do mundo exterior, com as ervas-daninhas. Eu queria escrever algo que fizesse-me sentir plenamente feliz e que pudesse fazer alguém feliz também, sem falsidades, sem vaidade. Mas ás vezes, são nos versos simples e nas palavras fáceis que se encontra toda a essência da poesia.
Mas o mundo está totalmente perdido nesse universo de sentimentos vendidos, onde tudo que se oferece á alguém, espera-se em troca. Ninguém dá nada sem esperar algo. Eu queria escrever algo genial, mas sou apenas uma pequena aspirante á poetiza, perdida nesse mundo que criei, envolta de pensamentos e versos e dessa forma tento buscar em algum lugar do meu mundo-da-lua, os sentimentos que foram esquecidos por esse mundo que eu me recuso a fazer parte.
Quanto mais eu vivo, mas me decepciono com a humanidade.
Acho que, sinceramente, nasci na época errada.
Queria ter nascido na época de meus pais, na época do rock and roll e da música boa. Na geração de paz e amor, onde as músicas eram usadas para denunciar os erros da sociedade e promover os sentimentos e agora? A música só serve para induzir os jovens, totalmente manipuláveis e fracos, á fazer coisas erradas e assim, esquecer que o interior tem muito mais valor. Um valor perdido nessas canções grosseiras, pejorativas e de uma nota só.
Eu tenho nojo desse mundo, será que o outro mundo é melhor? Certamente terá música boa, quando eu arrumar minhas malas para essa viagem, lá encontrarei meus ídolos: Raul, Cazuza e Renato.
Minha eternidade vai ser cheia de paz, amor e rock and roll.